sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pluralidade Cultural

      Devemos reconhecer que a pluralidade cultural representa o acúmulo das experiências e das conquistas humanas. No entanto, nem todas as diferenças são positivas. Quando elas se transformam em desigualdades precisam ser encaradas criticamente.


      Nós não nascemos inteiramente prontos para viver. Ao contrário, precisamos de cuidados, orientação e ensinamentos; ou seja, só nos tornamos de fato humanos na medida em que convivemos e aprendemos com outras pessoas em uma dada cultura. Por meio desse aprendizado na vida social formamos nossa personalidade e elaboramos nossos planos de vida, nossos sentimentos e desejos. Nossa vida só pode acontecer verdadeiramente se participarmos de um mundo cultural, se partilharmos um conjunto de referências sociais.

      Todas as culturas humanas criaram modos de viver coletivamente, de organizar sua vida política, de se relacionar com o meio ambiente, de trabalhar, distribuir e trocar as riquezas que produzem. Mais ainda, todos os povos desenvolveram linguagens, manifestações artísticas e religiosas, mitologias, valores morais, vestuários e moradias.

      Assim, a pluralidade cultural indica, antes de tudo, um acúmulo de experiências humanas que é patrimônio de todos nós, pois pode enriquecer nossa vida ao nos ensinar diferentes maneiras de existir socialmente e de criar o futuro.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cultura x Civilização

     Conceituar cultura e civilizações torna-se uma tarefa bastante difícil haja vista que, vários fatores contribuem para essas diferenças e principalmente, os diferentes pontos de vista de cada povo que tentou conceituá-las.
     A partir do século XVI, o conceito de cultura passaria a articular-se, ora positiva ora negativamente, com o conceito de civilização pois, inicialmente, o conceito de civilização referia-se, de um lado, ao civil, correspondente ao homem educado e polido, e do outro lado, à ordem social, derivando daí o conceito de sociedade civil. Mas, com o tempo, civilização passou a designar um estágio ou etapa do desenvolvimento histórico ocidental ligado ao progresso. Desde então, ao aproximar-se do conceito de civilização, cultura passou a exprimir os aspectos do desenvolvimento material da sociedade moderna que via como civilizado o homem moderno, polido, erudito sendo tudo isso uma construção, etnocêntrica, de franceses e ingleses que servia para confirmar a consciência que os ocidentais tinham de si próprios.
     Conceito de civilização, de certa forma, era usado com o objetivo de minimizar a diferença entre os povos já que, esse conceito era utilizado como artifício de expansão e colonização de outras terras e também da confirmação da identidade dos povos colonizadores. Estabeleceu-se então, o conceito de identidade que estava relacionado a esse caráter expansionista e colonizador daqueles que foram além de suas fronteiras.
      Em contrapartida, para os alemães Kultur (cultura) é um conceito com maior expressão pois, determina os aspectos intelectuais, artísticos, religiosos, técnicos, morais, sociais e acima de tudo a realização no próprio Ser. Para eles, o conceito de cultura não tem o mesmo significado do conceito de civilização, estabelecido pelos ingleses e franceses, pelo fato desse conceito estar relacionado à produção humana como no caso, de obras filosóficas, obras de arte, obras literárias, ou seja, a particularidade desse povo. Ressaltando que, cultura para os alemães está ligada à cultivo já que, as várias civilizações germânicas eram agricultoras.
      Portanto, a idéia de identidade para o povo alemão é intrinsecamente particular pois, a construção da mesma se baseia no historicismo, na sua trajetória histórica e cultural, como também das diversas indagações que eles fizeram ao longo do tempo: o que era ser inglês? o que era ser francês? e, principalmente, o que era ser alemão? Sendo assim, o alemão pode nascer em qualquer parte do mundo que ele será sempre um alemão.
      A partir de um estudo, fica perceptível que o processo civilizador é um processo de uma classe dominante que está se consolidando e irá definir um todo, notadamente, a construção da identidade. É a partir daí, que tanto para o inglês quanto para o francês a palavra civilização é uma palavra discriminatória, ou seja, o que não é civilizado (outros povos) é selvagem e precisa ser civilizado. E, para o alemão é também discriminatória, a partir do momento em que ele passa a conceituar ou conceber cultura através da sua particularidade, da sua individualidade.
     Conclui-se então que, ambas as concepções são, relevantemente, uma construção etnocêntrica de sociedades dominantes que se voltaram apenas para o seu progresso, olhando apenas para si próprios, subjugando e ignorando a cultura dos outros povos que para eles eram considerados inferiores.

O que é cultura?

     Como as sociedades estão profundamente divididas é fácil entender que a Cultura delas só podia mesmo ser contraditória. Por isso, temos, na verdade, diferentes culturas numa mesma sociedade.
      Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social.
      Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura.


Cultura: importante para o desenvolvimento da humanidade!